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Departamento de Ciências Sociais e Humanas de Sernancelhe

Texto de opinião de Lara Henriques

Janeiro 29, 2021

CSH Sernancelhe

A Escravatura

No séc. XVI, Portugal era um país com uma forte presença de escravos negros e mouros cativos. A estes somavam-se ainda os que noutras paragens do império asseguravam os pesados trabalhos na agricultura ou na mineração.

A existência de escravos é documentada há milhares de anos, mas em Portugal a sua utilização só foi uma realidade a partir do séc. XV.

O primeiro desembarque de escravos em Portugal teria sido sob o domínio do Infante D. Henrique, na cidade algarvia de Lagos em 1444.

Em 1761, em Portugal, a escravatura foi abolida pelo Marquês de Pombal.

 

Screenshot at Jan 29 15-08-27.png

Cronologia e as rotas dos principais movimentos de tráfico negreiro. NATIONAL GEOGRAPHIC Portugal

Mapa: NGM-P. Fonte: “An Atlas of the Transatlantic Slave Trade”, de David Eltis e David Richardson         

 

Mas agora, mesmo não tendo noção disso, estamos perante uma “escravatura moderna”.

Hoje em dia uma pessoa é considerada escrava se for forçada a trabalhar através de coerção, ou ameaça mental ou física, se é controlada ou tida como propriedade pelo empregador, se é desumanizada (caso em que é tratada como uma mercadoria), se é fisicamente constrangida e se tem restrições à sua liberdade movimento.

Segundo o jornal britânico “The Guardian”, há atualmente mais pessoas escravizadas do que em qualquer outro momento da história. De acordo com os últimos dados da Organização Mundial, estima-se que cerca de 40,3 milhões de pessoas estão a vivenciar alguma forma de escravatura moderna, sendo que 24,9 milhões o são em trabalho forçado e o relatório refere também que 1 em cada 4 vítimas da escravatura moderna são crianças.

Mais de 71% de todas as mulheres no mundo (na atualidade), em pleno séc. XXI, são escravas nisto que é chamado de “escravatura moderna” e, na verdade, de moderna não tem nada! Mais uma vez, somos nós mulheres que somos as mais desumanizadas, somos nós mulheres que somos abusadas, maltratadas e ainda temos de fazer todos os trabalhos domésticos e muitos mais.

Na minha opinião acho que devíamos fazer alguma coisa para travar a escravatura, não só em Portugal como em todo o mundo, como? Não sei, mas acho que devíamos preocupar-nos porque nós somos a próxima geração e acho que todos nós queremos e vamos querer viver num mundo melhor...

Depois de pesquisar e ler mais sobre este assunto acerca da “escravatura moderna”, lembrei-me da sorte que todos nós temos, por termos uma família, uma casa, comida todos os dias em cima da mesa, o carinho dos nossos pais e amigos e também a sorte de usufruirmos de um ensino com todas as condições de liberdade e expressão.

 

                                                                   Lara Sobral Henriques – 8ºA

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